Eu espero mesmo que vocês dancem até suas sapatilhas não aguentarem mais, por muitos e muitos anos. Sejam bem vindos!

domingo, 23 de setembro de 2012

Incontinência Urinária em Bailarinas e atletas femininas: Isso é comum?!


      Hoje vou falar um pouco sobre um tema que não é muito explorado na saúde de bailarinas e demais atletas femininas, a incontinência urinária. Apesar de ser um fato comum, acaba sendo negligenciado por vários motivos, entre eles o constrangimento causado pela perda de urina em público.
       A Continência normal em mulheres é dada por uma complexa coordenação entre a bexiga, uretra, músculos pélvicos e tecidos conectivos circundantes. O armazenamento de urina está sob o controle voluntário e modulado pelo centro de micção pontino. ( Block BF & Holstegy G, 1999)
            Quando ocorre uma alteração nessa rede estaremos diante de um quadro de incontinência urinária. Esta patologia, antes considerada apenas uma queixa, é  um problema comum que afeta mulheres de todas as idades. Ela é definida pela sociedade internacional de incontinência como : “ uma queixa de alguma perda involuntária de urina que é objetivamente demonstrada, que é um problema social e higiênico”.  

            A prevalência de incontinência urinária em mulheres de 15 a 64 anos varia de 10% a 56 % e depende das características da população em estudo. Porém mesmo com esta elevada prevalência apenas um quarto destas mulheres procura ajuda médica. (Hagglund et al,2003; Eliasson et al 2004).  O constrangimento sobre essa condição não as estimula a procurar um profissional responsável, o que leva, por sua vez, a estas mulheres ficarem sem diagnóstico e conseqüentemente sem tratamento adequado. Estimativas mostram que de cada quatro mulheres uma sofre de incontinência urinária e esta prevalência aumenta com a idade.
            A participação em competições esportivas e programas de atividade física têm adquirido importância crescente na vida da maior parte das crianças e adolescentes. Nos últimos 20 anos o número de mulheres atletas, em particular, tem aumentado consideravelmente. A participação feminina cresceu cerca de 600% abrangendo um total de mais de 1,9 milhões de mulheres atletas (Huston L & Wojtys,1996).
 A alta prevalência de incontinência urinária tem sido encontrada em jovens mulheres que praticam atividades físicas de alto impacto, especificamente atividades que envolvam saltos (Artibani,1997; Bo. K ET AL 1990). Ainda é vista e relatada freqüentemente como um problema que afeta mulheres multíparas mais velhas, embora existam evidências de que durante atividades físicas estressantes  seja comum em mulheres jovens, fisicamente ativas, mesmo na ausência de fatores de risco conhecidos (Bo K & Borgen JS,2001). Não se sabe a prevalência exata, mas sabe-se que esta patologia é responsável pelo abandono ao esporte.
                 Muitos fatores podem influenciar de alguma forma a urgência em urinar ou a perda de urina durante a prática de atividade física. Esse fatores são : Alterações posturais, hormonais, impacto causada por calçados e solos inadequados para o treino, deficiência em ligamentos importantes, despreparo físico para esportes de grande impacto que envolvam saltos e grandes velocidades  dentre outros.
                   É necessário um programa de avaliação, prevenção e tratamento para esse atletas, sejam elas bailarinas, praticantes de salto em altura, trampolinistas, velocistas, ginastas. Cada modalidade tem sua particularidade.
Sabe-se que a atividade física quando  praticada de forma inadequada e ultrapassando os limites saudáveis do corpo pode trazer não só esse tipo de patologia como conseqüência como outras alterações articulares, musculares e físicas, que impeçam o atleta de progredir em sua carreira.
            É preciso uma maior atenção para com esse tema e ,além disso, um empenho maior em tentar implantar, até mesmo nos treinamentos de atletas de práticas físicas que envolvam impacto forte,um trabalho de prevenção a incontinência urinária. Isto pode ser tanto através do fortalecimento do assoalho pélvico, como através de palestras educativas que relacionem essa patologia com boa alimentação e alterações psicológicas, e também através de avaliações periódicas. Dessa forma, o atleta terá uma vida útil bem mais longa, não passará por constrangimentos e evitará maiores prejuízos a sua saúde.

              Tentei fazer um resumo para que vocês tivessem apenas conhecimento sobre o tema. Estou à disposição para maiores esclarecimentos!!


Boa semana!!

Fisioterapeuta Liana Mota





2 comentários:

  1. Acabei de encontrar voces, sou uma professora de ballet em construção e devo te parabenizar pelo blog , dançar é maior ,tem a ver com saúde, tem bailarina criando joanete e achando que ta ''ok'' , parabens de verdade, preciso te sugerir... pense em fazer uma página no facebook, tenho certeza que um número maior de pessoas se beneficiariam das informações que voce presta no blog,Deus te abençoe, continue o bom serviço :)

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    1. Fabiana querida,
      Muito obrigada, estou a disposição para te ajudar com o precisar, a página está sendo preparada, 2014 começará a todo vapor! Um beijo, um Feliz Natal e muita sucesso!

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